Existe uma crença social de que a poesia não vende e tantas outras abordagens restringentes. Discordo! Este tipo de diálogo faz parte de uma crença limitante. E tenho inúmeros motivos para afirmar isto com confiança e tranquilidade. Em uma de minhas Fanpages, minhas poesias, recitadas em vídeo, tiveram em média mais de 2,5 milhões de visualizações de forma orgânica, em cada um dos posts publicados. Inclusive uma delas, chegou à marca de mais de 2,7 milhões de visualizações. Tais estatísticas só confirmam que há espaço para poesias e poemas, e, claro, tudo é uma questão de abordagem. Em suma, a poesia é extraordinária, em sua essência, e agora, mais do que nunca: milionária.
Dependendo do estágio em que o projeto se encontra e da produtividade do autor, as soluções são Isto exposto, como foi que os leitores deixaram de se interessar pela poesia? A biografia literária nos revela que enquanto a poesia narrava uma história, ela era capaz de ser atraente, compreensível e proporcionar entretenimento. Os poetas eram célebres e populares! Ao se distanciar disso, a poesia se perdeu no tempo e espaço.
Poesia alimenta a nossa criança interna e nossa essência
Vale ressaltar que segundo um estudo da Universidade de Liverpool, ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda. Isto acontece porque a leitura deste tipo de gênero afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas.
Boa parte das pessoas costuma iniciar-se na literatura por meio da poesia e, para muitos pré-adolescentes, ainda vigora uma ideia romântica de criação. Para este público, poesia é pura inspiração, acessório para colocar em cabeçalhos de agenda, fazendo parte do kit básico de sedução, ao lado das flores e do ursinho de pelúcia dado para a namorada.
Carlos Drummond de Andrade já dizia que as crianças são poetas por natureza. Desde pequenas, elas brincam com a linguagem, atentando para o som das palavras, seus significados e intencionalidades. Já para o escritor Ferreira Gullar: É determinante oferecer poesia desde a infância, além de outros livros, que tornem a leitura mais agradável e a transforme num hábito.
No Universo poético de um fio d’água
Depois que meu texto “Fio d’água – O Musical” ganhou Menção Honrosa no VIII Concurso de Poesias Professor Roberto Tonellotti 2018, eu comecei a tombar de amores pelo gênero da poesia. O texto tem como foco o público infantojuvenil, assim, uma das ações que propiciei foi deixar com que o título fosse escolhido por internautas em uma enquete através das minhas redes sociais. A obra que tem como principal objetivo trazer para a discussão, a partir da literatura, temas como tradições populares, força de um povo, desenvolvimento comunitário, defesa de direitos, educação e meio ambiente, também permite o leitor voar em imaginação, ultrapassando limites do entendimento costumeiro e humano.
E por que é tão importante incentivar as crianças e adolescentes a conhecerem este universo poético? Pensando com a cabeça de um educador, poderíamos ter inúmeras respostas, dentre elas as de que poemas e poesias são um jogo em que as palavras podem ser inventadas, ordenadas e faladas de diversas maneiras, dando origem a muitas interpretações, bem como servindo para o contínuo desenvolvimento de leitores.
Beleza das letras escritas, rimadas e recitadas
O fato é que a poesia contribui para a formação do imaginário, do simbólico e da criatividade. Os poemas expressam a beleza por meio da linguagem literária, através de uma experiência de leitura prazerosa e agradável. Contribuem para o desenvolvimento da sensibilidade estética, construindo uma ponte entre o leitor, o mundo real e o simbólico. Colabora para a memorização e apreciação dos textos. Suas rimas e repetições tornam a recitação de poemas uma atividade muito prazerosa. Ouvir e recitar poemas ajuda na percepção da melodia da linguagem, afinal, poesia e música andam juntas.
O poema para crianças possibilita a construção de imagens, jogos de associações de palavras e metáforas, obrigando o leitor a refletir sobre a melodia, a cadência e as pausas na construção de sentido, apoiando-o a dominar ritmos fundamentais, como o da respiração, por exemplo. Além de tudo isto, os poemas exploram de maneira muito inteligente a disposição da palavra no espaço do papel. O espaço utilizado também tem muito a dizer.
Poetas contadores de histórias
A leitura em voz alta deste gênero literário desenvolve a atenção a aspectos da oralidade (entonação, acentuação e ritmo), que são fundamentais nas situações de uso da fala em público. A poesia acalma e ao mesmo tempo nos instiga à sua interpretação.
Com tantos admiráveis argumentos, por que poesia virou mercadoria que todo mundo tem para vender, mas ninguém quer comprar? Como foi que os leitores perderam o interesse pela poesia?
Quando a poesia narrava uma história, deixando de ser sentimentalista — à base de trocadilhos fracos — ou acadêmica — difícil, culta, que atende a interesses universitários e não chega aos ouvidos da grande maioria dos leitores — ela se torna desinteressante. Para sair desse impasse, talvez seja a hora de os poetas voltarem a contar histórias. E, digo mais, sempre renovando em suas abordagens, fazendo um paralelismo ao tempo vigente.
Brincadeira milionária
Em verdade, não foi o público de poesia que desapareceu — como querem nos impor alguns teóricos da literatura — o que desapareceu foi a poesia em contato com a vida das pessoas. Talvez ela esteja adormecida, esperando que alguém traga de volta o simples prazer de ler um poema.
Em maio de 2020, a fim de amenizar o isolamento social deste período evolutivo em que a humanidade viveu, eu comecei uma brincadeira. Decidi transformar algumas de minhas poesias em vídeos, como disse no início deste artigo. Queria trazer um pouco de conforto e bom conteúdo para meus seguidores. Para minha surpresa, a ferramenta de estatísticas de uma das minhas Fanpages me dizia a todo momento que 3 das poesias publicadas (hoje o número aumentou por conta da demanda de consumo) tinham chegado a mais de 6 milhões de visualizações. Agora você entende por que eu afirmo que existe uma crença social de que a poesia não vende e tantas outras abordagens limitantes?
Para finalizar, te convido a quebrar este paradigma e diálogo de uma crença taxativa. Te convido agora para conhecer algumas das minhas extraordinárias poesias milionárias: Autognose, Enrolo e desenrolo, Eu Sou Abaeté, Encontro diário, Véspera de primavera e Criança liberta. Depois que se divertir com elas, deixa aqui o seu comentário sobre a seguinte questão: Até quando você ainda vai acreditar que poemas e poesias não vendem?
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