A cultura certamente molda as nossas personalidades. Através dela vamos, aos poucos e passo a passo, incorporando em nós uma identidade artística, instrutiva, educativa e científica. A importância da cultura está no diálogo do dia a dia de um povo e, mais do que isto ela é a genuína expressão da composição humana. Preservá-la é mais do que manter viva e pulsante a história, elementos e manifestações de um povo, salvaguardá-la é também compreender as transformações aos quais uma população passou ao longo dos anos. E com o audiovisual não é diferente.
Hoje, nós comemoramos o Dia mundial do patrimônio audiovisual e, por isto, trago aqui algumas reflexões de, digamos, responsabilidade universal. Nosso patrimônio audiovisual é particularmente rico e vivo, contudo, extremamente frágil. Se conservar o patrimônio audiovisual é manter a identidade das pessoas ou de determinadas regiões, valorizá-lo é prestigiar e evidenciar nossa identidade.
Relevância artística com fundamento
Já temos conhecimento o suficiente para saber que, em menos de uma década, as evoluções tecnológicas tornam obsoletas formatos e aparelhos para ler esse tipo de conteúdo. Assim, prestigiar tais tipos de patrimônios é a nossa obrigação. O termo patrimônio histórico cultural diz respeito a tudo aquilo que é produzido, material ou imaterialmente por uma determinada cultura a partir de um olhar de importância cultural e científica, pois eles representam uma riqueza de memória artística para a comunidade e para a humanidade.
Quando um elemento cultural é considerado patrimônio histórico cultural por algum órgão ou entidade especializado no assunto, dizemos que ele foi “tombado” como patrimônio. O que determina se um bem cultural é ou não patrimônio histórico cultural são a sua relevância histórica e a importância da preservação desse bem para a consequente manutenção cultural de um determinado povo.
Somos audiovisuais
Aprovada pela Conferência Geral da UNESCO, em 2005, o Dia mundial do patrimônio audiovisual chama sempre nossa atenção para a necessidade da adoção de medidas urgentes que permitam a conservação dos arquivos audiovisuais no mundo inteiro. E, obviamente, da importância destes arquivos para a construção integral da identidade cultural das nações.
A preservação do patrimônio audiovisual exige recursos consideráveis para fazê-lo uma vez que sua deterioração é acelerada. A perda desse tipo de patrimônio pode se dar através de um piscar de olhos e, por isto, devemos redobrar nossos esforços para armazená-lo e digitalizá-lo. É bom ressaltar aqui que nenhum outro meio cultural fornece um testemunho tão vivo de rituais, costumes e expressões culturais de todo o planeta.
Diversidade cultural audiovisual
Os conteúdos audiovisuais — seja de caráter científico, cultural e educativo — atravessam os continentes pelas vias expressas de informação, em um espaço de dimensão mundial.
Filmes, programas de rádio e televisão, gravações de áudio e vídeo em geral são patrimônio de todos. E o advento da internet nos mostra a importância de tais produtos culturais em nosso cotidiano. Não há mais limite de acesso a diversidade cultural, pois um indivíduo no Peru pode acessar a cultura audiovisual da Holanda, assim como um baiano acessa a cultura do goianiense. Assim, vale evidenciar que devemos ter consciência plena e preservar principalmente os conteúdos que contenham informações significativas dos séculos XX e XXI, parte de toda uma história.
4 comentários
José vitorio borella · 27/10/2020 às 1:30 PM
Parabéns Ana, belo artigo.
Ana Dantas · 28/10/2020 às 9:37 AM
José Vitorio Borella, que lindo ver sua visita em meus artigos. Aproveite e dê uma olhada em outros que escrevi. Tenho absoluta certeza de que irá amar! Gratidão pela sua visita online.
A narrativa do audiovisual — Ana Dantas · 27/12/2022 às 8:05 AM
[…] entanto, naquela época, eu me divertia com as inventivas narrativas do audiovisual, sem me atentar a dois importantes pontos que, anos mais tarde, vieram para transformar […]
Diálogos, a cereja do bolo teatral — Ana Dantas · 21/02/2023 às 1:00 PM
[…] entanto, naquela época, eu me divertia com as inventivas narrativas do audiovisual, sem me atentar a dois importantes pontos que, anos mais tarde, vieram para transformar […]