Que tal usar a Programação Neurolinguística (PNL) em favor da literatura? Li em algum lugar que “pessoas inteligentes falam e escrevem sobre ideias, pessoas comuns sobre coisas e pessoas medíocres sobre pessoas”. Independentemente do que falamos ou escrevemos é importante que a comunicação seja conscienciosa para que possamos criar o efeito desejado daquilo que realmente queremos transmitir uma vez que já sabemos que cada palavra tem poder. E sem sombra de dúvidas, na literatura, o vocabulário é peça fundamental para seduzir e encantar o leitor. Quiçá fidelizá-lo.
Quanto mais consciente estamos sobre o poder de cada palavra ou frase elaborada, mais o cérebro nos oferece alternativas para modificar nossa realidade. As palavras alteram e interferem em nosso estado emocional, bem como em nossas ações. Elas podem aumentar ou diminuir nossa motivação, paralisando-nos ou limitando nossa coragem para agir ou alcançar o que queremos. Por esses motivos, temos aqui sua real importância na literatura contemporânea, afinal, todo artista é antes de tudo um visionário.
O impacto das palavras
Já sabemos que aquilo que escrevemos ou falamos de forma repetida, nossa mente inconsciente recebe, grava e ganha força. O Psicólogo Henry H. Goddard realizou um estudo com crianças utilizando o efeito das palavras em suas ações. Ele mediu o nível de energia das crianças quando elas ouviam palavras de incentivo e de crítica. Então, observou que as crianças que eram desencorajadas ou criticadas, seu nível de energia diminuía, influenciando seu estado emocional, bem como sentiam desanimo e falta de vontade em continuar sua tarefa. Já as crianças que recebiam palavras de estímulo, sua energia aumentava muito, demonstrando coragem para concluir as tarefas solicitadas. Imaginou a força do nosso inconsciente tanto positivamente quanto negativamente?
Acredito que a literatura infantil, nesse contexto, movimenta-se positivamente como gatilhos emocionais ao ser que está sendo formado ou educado, e, no futuro, este mesmo ser poderá acessar recursos positivos em situações difíceis a fim de enfrentar momentos com mais confiança. Claro que tudo isso considerando que no caso de a experiência da leitura tenha sido uma vivência prazerosa ao leitor. Segundo a PNL, o modo como nos comunicamos e as palavras que utilizamos criam a nossa realidade e a forma de interpretarmos o mundo.
A consciência de cada palavra dita ou escrita
Ninguém muda ninguém, pois a transformação está em nós e somos responsáveis pela qualidade de nossos pensamentos, emoções e sentimentos. E essa é a beleza da atividade literária, pois ela oferece um contexto diverso (ou não) para o exercício dessa mudança e jamais a metamorfose propriamente dita. Especificamente na literatura infantil encontramos ingredientes salutares, tais como: humor, diversidade, irreverência, sutileza, rima, imaginação, sonhos, riqueza de experiências na atual diversidade de temas propostos e, claro, a ilustração que vai além das palavras escritas. Quando o leitor é responsável por inteiro por tais câmbios, assimilados por uma leitura qualquer, ele consegue sair da piscina de vitimismo e contribuir na construção de um mundo mais positivo para si.
É arbitrário dizer que a literatura infantil tem o objetivo de educar, todavia quando a diversão dela puder ser positiva, pontos para o autor que terá presença garantida na memória afetiva do seu leitor recheados de momentos edificantes e boas lembranças. Já sabendo sobre o uso consciente das palavras, e claro, dentro de um contexto específico de uma cena ou situação do contar de uma história, insultos devem ser aceitos desde que se torne infrequentes, pois palavrões são palavras em vão. Eles vêm com uma carga emocional pesada e negativa, revelando nossa agressividade e sendo ditos para ofender o outro ou, simplesmente, a nós mesmos. Contudo, dentro de um contexto eficazmente alocado e justificado, torna-se íntegro.
O poder das palavras em nós
Algumas dicas, então, é ter alguns auxílios linguísticos para tornar a experiência da leitura mais positiva. Por exemplo, como é sabido, a palavra “não” a nossa mente desconsidera. Evitemos de usá-la, escrevendo a ação ou frase no positivo. Uma estratégia bastante eficaz é usar antônimos. A palavra “mas” nega tudo que vem antes, assim que tal substituí-la por um “e” quando indicado? Troque “se” por “quando”, pois pressupõe decisão, ao contrário de medo ou incerteza. Sempre que possível, substitua o tempo condicional pelo presente. Outra sugestão é fugir das palavras e expressões como “tentar”, “precisar”, “é difícil”, “é complicado”, “problema”, “limitado”, “fracasso”, “dificuldade” e “esperar”. Tais palavras denotam possibilidade de falhas, escassez, dúvidas e, claro, enfraquecem a linguagem. E a língua portuguesa é tão rica que podemos nos banhar nesse mar de combinação de letras sem ter que nos privar de tamanha abundância!
Enfim, para aqueles que já estão antenados nas mudanças da nova era, combinar um pouco de expansão de consciência com a prática de alguns exercícios neuro linguísticos só trará ao autor a nobreza desse ofício, tornando a leitura de suas entrelinhas aprazível ao seu leitor. Lapidar ideias construtivas e evitar proferir termos negativos, que apenas sabotam autor e leitor, é uma boa dica para usar e abusar das palavras positivas. Algo visionário e extremamente libertador!
Estou convencida de que ao aprendermos a falar e escrever corretamente, positivamente, claramente, sem gírias ou palavrões certamente teremos um caminho para o controle de nossa mente e, consequentemente, para o resgate do Poder Divino que há em cada um de nós.
3 comentários
A farra de títulos — Ana Dantas · 05/05/2022 às 8:16 AM
[…] o autor pensar em um título, ele tem que pensar que o nome, palavra ou frase deve ser memorável, sonoramente agradável e desperte interesse de seu público-alvo. Na […]
Coaching Literário — Ana Dantas · 06/12/2022 às 8:02 AM
[…] o tipo de empoderamento essencial para que o indivíduo possa definir seus alvos profissionais e elaborar seus componentes […]
Diálogos, a cereja do bolo teatral — Ana Dantas · 12/02/2023 às 7:11 PM
[…] a cereja do bolo teatral: os diálogos. Com toda certeza, afirmo que: o cerne de uma peça é a comunicação entre os personagens. Essa conversa ao longo de cada texto teatral tem que ser clara, consistente […]